Seis coisas...
Fui convidada pelo blog da Bruna para participar de um meme, onde tenho que descrever seis coisas que me definem. Dificílimo... sou um pouco de tudo... Mas o meme pede apenas seis, então... vamos lá:

- Voz
- Chocolate
- Vontade
- Computador
- Filmes
- Roupas


Ufa! Tem tanta outra coisa... mas agora, antes que eu fale as outras, repasso o meme para Barão Vermelho, Quase Trinta, Coisas e Delírios de Mulher, Inventando Batidas, Cartilha Feminina e Muito Som e Pouca Fúria. Respondam, se quiserem!

Abração!
Cachorro é tudo de bom!
Já leram o livro "Marley e eu", escrito pelo jornalista americano John Grogan? Se não, por favor, pulem das cadeiras e saiam correndo para a livraria mais próxima.

Gente, não achei que fosse chegar a tanto, mas o livro entrou para o meu Top 5 de Melhores Leituras. É maravilhoso. Especialmente para quem tem, já teve, ou pensa em ter cachorros.

Lendo, a gente se identifica. O livro conta a história real da família Grogan e o terrível "cãozinho" Marley, que pesa cerca de 50kg e cujos principais atributos são mastigar assoalhos, sofás, destruir a casa, arrastar mesas e correr atrás de poodlezinhas. Fez a minha cachorra Keyra (na foto ali embaixo) parecer uma santa. Mas é claro que as intenções de Marley são as melhores e ele tem aquela percepção canina e aquela sensibilidade que, talvez, falte a muitos humanos.

Não é apenas uma lição de vida, mas também uma bela lição de jornalismo, especialmente para quem deseja trabalhar em colunas: saber capturar as coisas simples da vida e transformá-las em palavras, de modo a tocar o leitor da forma como John Grogan tocou os leitores do Philadelphia Inquirer com a história real de Marley, recebendo incontáveis cartas e mensagens.
A gente se identifica. E sabem, achei que eu já tinha chorado bastante lendo o livro. Hoje, fui olhar o filme...

Vocês têm idéia do que é a sala de cinema inteira fungando e chorando? INTEIRA. A gente olhava para as pessoas do lado e elas olhavam de volta, enxugando lágrimas e rindo sem jeito... mas não tinha como não se emocionar. De uma forma ou outra, a história toca profundamente em tópicos que muitas vezes me questionei.

Acho que cães tem muito a ensinarem para seres humanos. Para um cão, não importa se somos ricos ou pobres, bonitos ou feios. Eles amam incondicionalmente. Como bem colocou John Grogan nos trechos finais do livro, "Descobri que tudo estava bem à nossa frente. Às vezes, era preciso um cachorro com mau hálito, péssimos modos e intenções puras para nos ajudar a ver."


Uma bela reflexão para o final de ano. Um cão pode, sim, ensinar aos seres humanos lições valiosíssimas sobre devoção, simplicidade, alegria e amor incondicional.

Aquele slogan da marca de comida canina está totalmente certo.

Cachorro... é tudo de bom.

Caridade
Natal... Ano Novo... época de paz, amor... solidariedade.

Sábado passado, eu, a Bruninha e o Teilor fomos para Sapiranga, participar de um evento natalino que o Centro de Formação de Condutores Valderez de lá estava promovendo. Durante um mês, eles recolheram brinquedos, roupas, alimentos e bombons para distribuir pelas áreas carentes da cidade.

Saímos do CFC às 14h da tarde, e, juntos com mais umas vinte pessoas (inclusive Papai Noel) rodeamos Sapiranga distribuíndo o que havíamos arrecadado e, é claro, apresentamos uma pecinha de teatro, sobre Natal e solidariedade.

Passamos por lugares que deixam a gente de coração apertado. Lugares onde água e luz são luxos inalcançáveis. Onde ter um teto para morar, nem que seja uma lona preta, é uma vitória inigualável. Não é preciso dizer que as crianças ficaram mais do que contentes com os brinquedos que distribuímos. Com as roupas, com a comida, com os doces, com o teatro...


Dizem por aí, também, que fazer esse tipo de ação social, especialmente em épocas como essa, "lava a alma". Sabem... eu não acho. Não consigo me sentir aliviada depois de visitar lugares em situações miseráveis como os que visitei. Não dormir tranqüila e com a mente em paz sabendo que grande parte do país e do mundo vive exatamente dessa maneira.

Injustiça, é a única palavra em que consigo pensar. Ainda mais se formos analisar a dificuldade - para não dizer improbabilidade - das pessoas escalarem a pirâmide social e melhorarem suas condições de vida. Como vão conseguir um trabalho que as ofereça uma renda decente e todos os benefícios a que têm direito se pelo local onde moram não passa sequer um ônibus?


Sem dúvida, reclamamos da vida, por vezes, de barriga cheia. Acho que não há nada melhor para acordar para a realidade do que visitar lugares assim. Ver o brilho nos olhos de crianças e até adultos que não viam brinquedos ou comida há muito tempo.


Peço desculpas pelo post um tanto quanto "depressivo". No final de ano, é de se esperar que as pessoas falem de coisas alegres... mas tive que partilhar essa experiência.


Galera, um Feliz Natal (atrasadinho, né, mas o que vale a intenção - e eu estava na casa da minha avó, onde não tem internet) e um 2009 maravilhoso para todos nós, com mais esperança, menos injustiça, menos corrupção e mais amor e compaixão! Talvez seja disso que o mundo esteja precisando. =D




Antes de eu morrer quero...

Recebi da Bruninha a tarefa de repassar um meme a 8 dos meus amigos blogmaníacos! Pois bem! O meme consiste em dizer 8 coisas que queremos fazer antes de bater as botas. Iiih... será que oito itens são suficientes? Bom... vamos tentar resumir todos os meus desejos em oito tracinhos:

- Ficar trancada dentro de um supermercado com alguém especial (meio impossível, né, mas vamos lá!)
- Engordar um pouquinho (não na barriga! Só nas pernas - e nos peitos, se for possível!)
- Me formar, iniciando a jornada para construir uma p*** de uma carreira jornalística!
- Comprar um carro
- E um apartamento
- Alcançar minha pura e completa independência
- Viajar pela Europa e América do Norte
- Ir pra Disney!!!

E, por fim, não foi fácil escolher oito amigos blogueiros, mas aí vai! Espero respostas para...
Queria colocar, também o CARTAS À FILOSOFIA, mas vi que ela já recebeu um meme, então... =D
Seguem as regras deste meme:
- Colar a fotinho da morte
- Fazer lista com 8 coisas que sonhamos fazer antes de ir pro beleléu
- Convidar 8 blogs de amigos para responder também
- Comentar no blog de quem nos convidou
- Avisar os blogs convidados "da convocação"
- Mencionar as regras.
Divirtam-se!
Implacável
O assunto do momento é o desastre em Santa Catarina. E como não poderia ser? Enchentes, desabamentos, pessoas perdendo suas casas, sendo soterradas...
É Bom Dia Brasil, Jornal Nacional, jornais locais, impressos, midiáticos e na internet, todos fazendo a cobertura dessa tragédia que pegou os catarinenses de surpresa.
Foi de uma hora para a outra. Minha dinda mora em Blumenau, e mandou algumas fotos que, acho, falam mais do que 1000 palavras:




Sabe, penso que tragédias como essa sejam o reflexo de nossas atitudes em relação à natureza. É claro que não estou dizendo que Santa Catarina mereceu, de forma alguma. Nenhum ser humano merece ter de passar pela situação em que o nosso estado vizinho encontra-se agora.
Mas fenômenos meteorológicos como temporais, vendavais, tremores de terra e até furacões tem começado a fazer aparições no Brasil. Há anos atrás, nem se pensava na possibilidade disso acontecer.
Se continuarmos a desrespeitar o meio ambiente, acho que as coisas tendem a piorar.
Se há alguma coisa boa que sai de tragédias como essa, é o modo como elas mobilizam o Brasil. Fazem a solidariedade emergir.
Quem puder ajudar, vá até as prefeituras, doem alimentos. Tem gente precisando.
=D
Pegando onda...
(Um post curto, porém profundo, acho...)

Sabe aquele momento da vida em que parece que tudo acontece ao mesmo tempo?

Às vezes, parece que somos surpreendidos por uma onda de acontecimentos. Alguns ótimos... outros, nem tanto...

Quando menos esperamos, vem uma bomba. Ou algo maravilhoso demais, algo que, com certeza, ficará em nossas memórias para sempre. Uma coisa atrás da outra, deixando nossas cabeças girando em círculos, a mil, cheias de pensamentos, idéias e alternativas, tanto para resolver os problemas quanto para curtir as coisas boas.

O pior é que parece que essas ondas de acontecimentos estão por todos os lugares: na nossa vida pessoal, profissional, no país, no mundo...

Ondas que podem parecer assustadoras e maravilhosas ao mesmo tempo. Ondas que fazem-nos acordar para a vida e perceber que talvez ela não seja tão fácil quanto imaginávamos. Ondas que nos fazem crescer.

Acho que talvez a solução seja não se assustar com o tamanho da onda, pegar a prancha, subir em cima e sair surfando, sempre cuidando com os eventuais obstáculos que possam aparecer pela frente... e de lambuja, ainda fazer algumas manobrinhas. =D
É foda!

(Em primeiro lugar, gostaria de me "desculpar" com os homens leitores aí, mas essa postagem será dedicada às mulheres. Ainda assim penso que seria legal lerem. As namoradas e amigas achariam legal. =D)



Por que será que vida de mulher é tão complicada? Estava conversando com uma amiga há alguns dias atrás. Temos a Tensão Pré-Menstrual, a Tensão Pós-Menstrual e a própria desgraçada que vem uma vez por mês. Todas elas, duram, em média, uma semana, o que quer dizer que permanecemos não-alteradas durante apenas sete dias do mês. Para não mencionar, é claro, as cólicas que, segundo uma ginecologista que deu entrevista ao Bom Dia Brasil há alguns dias, assemelham-se, em algumas mulheres, às dores do parto.
É foda!

Conversando com uma outra amiga, discutíamos a questão da depilação. Embora existam homens que se dêem ao trabalho de depilar o peito e etecétera (não vou reclamar, é coisa boa!), são poucos. Quem faz isso direto, mesmo, é a mulher. É canela, coxa, axila... e a pior de todas: a virilha. E agora? Gilette? Creme depilatório? Satinelle? Cera fria? Cera quente? Ou laser, para aquelas que podem se dar ao luxo?


Cera quente é, definitivamente, a melhor opção... dura mais, a longo prazo, e o resultado é mais satisfatório. Mas dói. Aiiiiiiiiii, como dói! Obriga-nos a fazer um escândalo cada vez que vamos no salão ou, para aquelas corajosas, que tentam em casa mesmo, com as folhas e a cera aquecida.


E quando menos esperamos, lá estão os pequeninos da canela dando "oi" novamente. Nos recusamos a colocar uma corsário ou short e corremos para o telefone para marcar uma hora no salão (ou corremos para a farmácia para repôr o estoque de cera).


Talvez seja muito mais uma preocupação nossa do que qualquer outra coisa... mas que fica melhor, fica.
É foda, viu! Mas acho que vale a pena.



Mamma mia!
Musicais normalmente me aborrecem, salvo algumas maravilhosas exceções como Moulin Rouge, por exemplo. Mas tenho de admitir: Mamma mia. Que filme!
O enredo, em si, não tem nada de inovador. A noiva Sophie (Amanda Seyfried) tenta encontrar seu verdadeiro pai para levá-la ao altar, e convida três possíveis homens, com quem sua mãe, Donna (Meryl Streep), relacionou-se mais ao menos ao mesmo tempo, quando jovem. Uma história (relativamente) simples, mas que funcionou e combinou perfeitamente com a proposta do filme. Afora algumas ideologias mal-colocadas, não me importei, pois o que me impressionou não foi o roteiro em si, mas os atores e as suas versões para as músicas do grupo sueco ABBA, cujo trabalho compõe a trilha sonora do filme.
Baseado no musical da Brodway de mesmo nome, Mamma Mia, de 2008, diverte do início ao fim. Pelo menos para quem gosta de ABBA e não se importa com o fato do filme ser obviamente direcionado ao público feminino. O elenco foi muito bem selecionado. Amanda Seyfried (Sophie) encarnou o papel, e tem uma voz surpreendentemente bonita.
Agora, o que realmente me deixou de queixo caído foi Meryl Streep. Sempre admirei o trabalho dela, em filmes como As Horas e O Diabo Veste Prada. Mas ela soube provar que atuar não é seu único talento. Durante todo o filme, ela cantou músicas como "Dancing Queen" , "Super Trouper" e "Mamma Mia". E eu pensando "Mas olha só! Até que ela tem uma voz legal!". Agora, quando chegou a hora do tão esperado casamento, Sam Carmichael, a quem Donna realmente havia amado, a confrontou, tentando a lembrar dos tempos em que namoravam. Meryl, então, começou a entoar "I don't wanna talk; about the things we've gone through (Não quero conversar sobre as coisas pelas quais passamos)", início da famosa música "The Winner Takes it All". E não há outra expressão: Meryl definitivamente matou a pau. Cantou e atuou com uma emoção tocante. Não só tirei o chapéu, mas tive vontade de jogá-lo aos ventos da ilha grega onde o filme foi rodado.
Segue o trecho do que, na minha opinião, foi a melhor cena do filme.


Se tiverem um tempinho, dêem uma conferida no filme. Para quem gostava de ABBA e quer dar boas risadas e se emocionar um pouco, o musical é tiro e queda.
Aaaltas horas!
E se o programa Altas Horas estivesse de aniversário e decidisse fazer uma gravação aqui no Rio Grande do Sul?! E se decidissem reunir vários nomes da música brasileira e gaúcha? Pois foi o que aconteceu. E nem acredito que eu estava lá.
Várias escolas e universidades marcaram presença, e a Feevale, onde estudo, foi uma delas. Chegamos na frente do Teatro São Pedro, onde a gravação ocorreu, lá pelas 17h30min. Pegamos os ingressos e esperamos até as 19h30min, quando os "portões" se abriram. Entre seguranças, o tapete vermelho do Teatro e microfones e câmeras da Globo, subimos alguns lances de escada e sentamos lá em cima! Tivemos chance de conferir de perto as perguntas de Serginho Groismann. A primeira convidada foi Maria Rita, que encantou a galera com uma performance incrível de "Não deixe o samba morrer". Depois, veio a banda inglesa McFly, fazendo o pessoal berrar "Lies, lies, lies!". Pato Fú, Charlie Brown Jr, Arnaldo Antunes e Sepultura foram outras celebridades que apareceram por lá. Foi ótimo poder ver como a gravação de um programa funciona, com aquelas câmeras se movendo, a volta do intervalo sendo gravada...
A única coisa que, acredito, faltou, foi o espaço para perguntas da platéia. Como era um programa especial, isso talvez explique. Mas eu realmente gostaria de ter perguntado o por que o Rio Grande do Sul foi escolhido para a gravação do programa de aniversário.
Foi, definitivamente, uma experiência única. Gritamos, cantamos, rimos e ainda ganhamos um lanchinho no final das apresentações - talvez um pedido de desculpas da produção global pela gravação ter se arrastado até aaaltas horas da madrugada!
OBS: O programa de aniversário vai ao ar no dia 25 de outubro.

Dúvidas...
Será?
E se...
São palavras que passam muito pela minha cabeça.
Incertezas... todo mundo tem. É um sentimento confuso... agoniante, realmente. Mas importante para que possamos tomar certas decisões. E se eu tivesse feito aquilo? E se eu tivesse dado aquele passo adiante? E se eu tivesse ido em outro lugar, e não onde fui? Será que teria sido melhor? O que teria acontecido?
Sabem, freqüentemente critico o pensamento do "é 8 ou 80"... mas em determinados casos, ele vem bem a calhar. "Sim" ou "não"? É como está escrito em um sábio post no blog Cartilha Feminina: o "não sei" mata. Sabemos como lidar com o "sim" - adoramos o "sim". Sabemos aceitar o "não". Agora, o "não sei"... o não sei é um limbo, onde não sabemos que caminho seguir.

O "não sei", o "será?" e o "e se..." são coisas que passam pela nossas cabeças todos os dias. Mas talvez as coisas sejam mais simples do que imaginamos (o ser humano, afinal, tem a mania de querer complicar a vida). Talvez a chave seja simplesmente tomar uma decisão e seguir a correnteza. Aprender com o passado e pensar no futuro, porque, quando ele chegar, vamos nos arrepender não do que fizemos, mas do que deixamos de fazer.
Velinhas...
Aniversário é algo tão bom, não é? E, ao mesmo tempo, tão simbólico... É ótimo ouvir as pessoas cantando parabéns, reunidas... ganhar presentes e comemorar com a família e os amigos.
Agora, é muito comum ouvirmos a pergunta "E aí? Como se sente agora, com *tantos* anos?". Mas fico pensando... as mudanças que constantemente ocorrem nas nossas vidas não acontecem de uma hora para a outra... acontecem gradualmente. Processos de amadurecimento, não é mesmo?

Cada ano, conhecemos pessoas novas, fazemos mais amigos, temos novos amores, aprendemos coisas que jamais tínhamos pensado em aprender... Todos os dias, acontece alguma coisa que vale a pena ser lembrada.

Uma data para se comemorar por ano... devíamos comemorar todos os dias simplesmente por estarmos aqui; celebrarmos cada vez que alcançamos alguma vitória.
Aumentei a quantidade de velinhas no meu bolo faz dois dias, mas, seguindo o que acabei de falar, acho que eu deveria desejar é um Feliz Aniversário a todos vocês!

"Eu odeio segunda feira!"

Com certeza, é uma das frases mais ditas da humanidade. Como o famoso gatinho Garfield, todo mundo odeia segunda feira... por quê será?

Número um: é o início da semana e o fato de que ainda teremos quatro dias a mais até chegar o fim-de-semana.

Número dois: segunda-feira vem logo depois do fim-de-semana. Ou seja, tanto indo para a balada ou ficando em casa em fazer nada nos dois abençoados dias de folga, basta chegar a segunda-feira e viramos em um trapo. Se saímos, obviamente ficaremos podres de sono por não termos dormido bem. Se ficamos em casa, ficaremos nostálgicos com a vontade iminente de continuar descansando...

Complicado, não? Só que, partindo do princípio dos 5 dias úteis, o fato é que, se a semana começasse na terça, seria a mesma coisa. Talvez seja algo meio psicológico...

O jeito é tentar vencer o cansaço, pensar positivo e viver um dia após o outro.
Domingos...
Domingo é um dia de descanso, para muitos. Dia de dormir até tarde... sair com a família, ou até ficar em casa... olhar um filminho, talvez?
Talvez. Mas há profissões que não permitem que o domingo seja usado para o descanso. Jornalismo é uma delas.
Gostaria de publicar aqui um trecho de um texto muito inspirador, escrito por Marcelo Rech, jornalista e diretor-geral de Produto do Grupo RBS.

"[A palavra] repórter não descreve apenas a função iniciante de uma redação, mas um estado de espírito. Repórter e sinônimo de inquietação, de saber perguntar e saber ouvir, de humildade e curiosidade sobre tudo o que nos cerca, de paciência e obstinação, de criatividade e fidelidade aos fatos, de ousadia e senso de dever, de sensibilidade com os outros, equilíbrio com as versões e firmeza com os princípios. Ser repórter é ansiar por missões espinhosas, desbravar caminhos nunca percorridos, perscrutar o que se mantém oculto, juntar dados aparentemente desconexos e trazer à luz o que ainda está por se conhecer e por se fazer."
O último homem na Terra
O que você faria se fosse o último homem (ou mulher) vivo na Terra?
É mais ou menos do que se trata o filme Eu sou a lenda, dirigido por Francis Lawrence.
Will Smith interpreta o virologista militar Robert Neville, que, por alguma razão, é imune ao vírus terrível que assolou a cidade de Nova York - e o mundo. Sozinho na ilha de Manhattan, Neville envia mensagens todos os dias através de todas as freqüências AM disponíveis, na esperança de encontrar um sobrevivente como ele e, à noite, quando as vítimas mutantes do incurável vírus atacam, ele se tranca em sua casa e faz testes com os mutantes que captura, na esperança de encontrar uma cura.
O filme começa mostrando uma entrevista com uma médica que, modificando o vírus do sarampo, descobriu a cura para o câncer.

"Quantos testes em humanos foram feitos até agora?" perguntou a jornalista.

"10.009," respondeu a médica.

"E quantas pessoas se livraram dos tumores?"

"10.009."

"Então vocês afirmam ter encontrado a cura para o câncer?"

A médica sorri. "Sim. Encontramos a cura para o câncer."

A cena muda e, três anos depois, Nova York é mostrada vazia, morta e completamente quieta. Foi extremamente interessante (e um tanto quanto perturbador) ver a cidade que nunca pára mostrada daquela maneira.

As pessoas "curadas" pelo câncer começaram a apresentar sintomas estranhos e transformaram-se em canibais rápidos e fortes, que comiam todos que viam pela frente. O governo americano colocou Nova York em quarentena, e só saíam da cidade aqueles que comprovadamente não estavam infectados. O vírus se espalha e só sobra Neville e sua cachorra, Sam.

Ouvi algumas críticas ruins ao filme, afirmando que ele era ficção científica demais. De fato, o filme não é baseado em fatos reais, e sim em um romance de Richard Matheson. A história tem seu lado exagerado, é claro. Mas achei extremamente interessante o seguinte contexto: a cura do câncer foi encontrada de uma hora para a outra e, por conseqüências certamente não previstas, a humanidade foi levada à beira da extinção. Talvez para tudo exista uma razão...

É claro que nossos cientistas jamais desistirão de tentar encontrar uma cura para a horrível doença que é o câncer. Mas talvez a mensagem subliminar do filme tenha sido justamente demonstrar que há coisas ainda piores que podem vir a acontecer. E demonstrar, também, que quem causou a semi-destruição da humanidade fomos nós mesmos.
Brasil, 2016?!
É. O Brasil está querendo sediar as Olimpíadas de 2016.
A princípio, pensei "Bah, mas que interessante seria para o país sediar um acontecimento dessa magnitude".
Interessante... será?
Será que somos uma nação "poderosa" o suficiente para hospedar um evento que exige um desenvolvimento econômico, político e social?
Será que podemos nos dar ao luxo de gastar tanto dinheiro para sediar um evento esportivo se o esporte, no país, não é incentivado como deveria? Não faz sentido algum, faz?
Se o dinheiro investido desse retorno nos anos que se seguissem, até seria de se pensar. Mas não dará. E por quê? Porque o Brasil não tem um planejamento econômico nem estratégico voltado exatamente para o lucro da nação, e sim para o lucro de poucos.
E ficamos pensando "Que raiva, os americanos ganharam de novo" e "Que raiva, podíamos ter ganho o ouro". A performance do Brasil, nas Olimpíadas, foi boa, mas não espetacular. O descontrole emocional, falta de concentração e a pressão psicológica a que os atletas são submetidos são apenas "conseqüências do modo como nosso país é governado". O desempenho dos países está diretamente ligado aos seus problemas, sucessos e insucessos.
Por isso, peguem os bilhões que seriam tirados dos cofres públicos para sediar a Olimpíada de 2016 e invistam em educação, saúde e cultura, que é o que o nosso país está precisando. Talvez, daqui a vários anos, possamos sediar uma Olimpíada e dizer: "somos um país de Ouro".
Correria marca o segundo dia de cobertura do Festival de Gramado
(**Matéria escrita às 15h32min)

(Acompanhe a nossa cobertura do Festival, AQUI !)


Quando saímos do Campus II, pela manhã, não fazíamos idéia do dia cansativo que nos esperava. A divisão de tarefas foi clara: nós, da imprensa, cuidaríamos da cobertura do Festival e dos bastidores, e o restante ficaria no estande, atendendo quem passasse por ali.
A Feevale, como todos os anos, marcou presença no Gramado Cine Vídeo, com um estande pra lá de moderno. Enquanto alguns ficariam responsáveis pelo atendimento, tanto do estande em si quanto do game que foi especialmente desenvolvido para a ocasião, pelos alunos de jogos digitais. Outros iriam vestir caracterizando personagens de determinados filmes. Teve até distribuição de pipoca.
Mal havíamos chegado ao Centro de Eventos da FAURGS, onde os estandes ficam localizados, deixamos a equipe responsável pelo atendimento organizando o estande e já corremos para pegar os crachás e cobrir uma coletiva da Mostra Marrocos. A chuva ecoava no teto do Centro de Eventos, o que nos fazia ter de prestar ainda mais atenção na coletiva, que foi dada em um rápido Francês (ainda bem que havia uma tradutora).
Em seguida, nós, da imprensa, resolvemos dar uma volta pelos estandes, e acabamos encontrando uma espécie de lancheria, aonde vimos uma parte do nosso pessoal sendo maquiado para vestirem as fantasias - que, aliás, foram produzidas pelo Centro de Design da Feevale.
Voltando para o estande, dei de cara com o Rapper DoGG, rapper (como o nome já diz), e, também, diretor do filme A Maldição da Pedra, que será exibido sexta-feira, no Gramado Cine Vídeo, e Vítimas do Crack, que foi exibido hoje, às 10h55min e retrata a depredação da juventude em relação à droga. "Nenhum jornalista conseguiu captar as imagens que eu captei", afirmou o rapper, por conhecer o mundo do crack e saber se relacionar com os jovens que o consomem.
Após darmos uma examinada no estande para ver como iam as coisas, seguimos para o debate dos longas Por sus proprios ojos (que foi em espanhol e não tinha tradução) e Vingança - que, aliás, pode ser considerado um thriller psicológico, segundo o diretor Paulo Pons. O longa causou um pouco de polêmica devido à forma como o indivíduo rio-grandense foi retratado. "O filme mostra a carga de honra peculiar do gaúcho", afirmou o diretor. O público, que incluía jornalistas e estudantes de cinema das mais variadas partes do país, questionou a equipe representante sobre o modo como o jeito "faca na bota" de ser foi retratado. "É, inicialmente, a idéia era que a faca ficasse na bota do personagem, mas depois pensamos melhor", brincou Paulo. Em meio a risadas do público, o diretor deixou claro que queria retratar um gaúcho caricato, e pediu desculpas aos espectadores rio-grandenses que pudessem ter se sentido ofendidos.
Depois de muitos papos com diretores de arte, diretores de fotografia e os atores, saímos do debate e viemos correndo escrever as matérias na sala de imprensa do Centro de Eventos - afinal, os computadores não são muitos! Agora, após uma breve pausa digitando, vamos voltar a correr, pois às 16h haverá uma coletiva do filme Netto e o Domador de Cavalos. Tomara que Werner Schünemann e Tarcísio Filho estejam lá...
P.S. Esqueci de mencionar que aqui em Gramado está frio. Muito frio.


Salvem os canudos!
(Canudos, diplomas, como quiserem chamar.)

Hoje, respondi à uma enquete sobre a desregulamentação da formação jornalística. E... bem, devo dizer que tal atitude seria uma enorme estupidez.

Não é simplesmente pela questão de ter o "canudo" ou não. Muito menos uma questão de divisão social. Mas o jornalismo é uma profissão séria - muito séria. Um jornalista é um comunicador, é o elo entre os acontecimentos e o povo, é um formador de opinião pública. Vamos para a faculdade justamente para aprender como nos tornarmos esse profissional de forma ética, de forma apropriada. E se desregulamentarem a profissão? E se não precisarmos mais termos um título acadêmico para sermos contratados por um veículo de comunicação de massa? Bom, em primeiro lugar, a qualidade das matérias publicadas cairá significativamente.

O jornalismo, bem como todas as outras profissões, exige um conhecimento prévio. Sem a teoria, a prática não existiria.

Devemos valorizar a formação acadêmica. Afinal, se a profissão for desregulamentada, o que vamos fazer? Largar a faculdade e, ainda assim, esperar que sejamos contratados pela RBS ou pela Globo? Acho que não.

Salvem os canudos!

A ver esfihas...
Durante a correria das últimas duas semanas (que foi, também, a razão pela qual não atualizei o blog na velocidade em que gostaria), fiz duas paradas no fast-food Habib's - em dois restaurantes localizados em lugares diferentes. Comida legal, não? Meio exótica, sucos deliciosos e sobremesas tentadoras. É.

Não foi a primeira vez que comi lá. Mas foi, certamente, a primeira vez em que fui extremamente mal-atendida.
No primeiro fast-food, a comida demorou horrores para chegar - e tínhamos horário a cumprir. Quase que tivemos de sair carregando as esfihas e comendo no caminho. Aí chegou a hora de pagar... e foi aí que me subiu o sangue. Tudo bem, não sou exatamente uma pessoa paciente. Mas a atendente que estava responsável pelo caixa me fez realmente entender o significado pleno e desagradável da expressão "cara de cú". Perdoem-me pela linguagem xula, mas não há outra palavra que descreva a face da funcionária, que se irritou profundamente ao ter que registrar o pagamento da mesa 45, em que sentávamos, por achar que ela já havia feito tudo. Como se não bastasse, ainda ficou fazendo cara feia para a supervisora e para o colega que tentavam ajudar.

Na outra filial, sentamos, examinamos o menu, decidimos o que íamos pegar e pedimos. Meia hora depois, chamamos o garçom e ele havia aparentemente esquecido de registrar o pedido. Que beleza, não? No caixa, os atendentes foram um pouco mais simpáticos.

Pode ser que eu tenha coincidentalmente pego os funcionários em um dia ruim. Mas mesmo assim... em todos os trabalhos - especialmente envolvendo o atendimento direto ao cliente, espera-se que os problemas pessoais e o eventual (e normal) mau-humor seja colocado de lado. É o que fazem nos bons restaurantes.

A todos aqueles que gostam do Habib's: não se enfureçam. Eu também gosto da comida de lá. Estou meramente apontando que, em um restaurante, o mínimo que eles devem fazer é atender de forma respeitosa e eficiente.

Como já disse, não foi a primeira vez que fui lá, e posso afirmar que não será a última. Acho um ambiente diferente e legal. Só espero que, da próxima vez, eu possa fazer o pedido, recebê-lo em um tempo aceitável e pagar sem ter que ficar encarando uma atendente mal-humorada.
Tempo...
Quem faz o tempo?

É uma pergunta que freqüentemente me faço, ao ouvir as pessoas afirmarem que "estão sem tempo" para fazer tudo o que querem ou precisam.

Obviamente, a vida exige que dediquemos uma grande parte de nosso tempo disponível a uma atividade específica - ou a várias, uma atrás da outra, sem parar. Alguém que esteja concentrando-se exclusivamente a sua vida profissional ou acadêmica dificilmente terá tempo para outra atividade. Uma dona-de-casa, tão preocupada em guiar a família e dar conta dos afazeres domésticos, dificilmente terá tempo para si mesma.

Mas será que o problema é a falta de tempo? Será que o tempo não está simplesmente ali, esperando ser encontrado?

Quem faz o tempo?

A resposta, na minha opinião, é relativamente simples...

Nós. Nós fazemos o tempo. Nós temos o poder de organizar nossas vidas do modo que bem entendermos. Talvez seja simplesmente uma questão de planejamento, mas acho que o mais importante, acima de tudo, é estarmos felizes com o rumo que demos à nossa vida.

Esse post não tem realmente outra função a não ser fazer as pessoas pensarem sobre o tempo, já que, ultimamente, ando sem nenhum. Mas, bem, talvez isso seja simplesmente uma falta de organização minha.
Dura realidade
“Assim que virou a cabeça para o lado oposto ao das janelas, um clarão ofuscante encheu a sala. O medo a paralisou em sua cadeira por um longo momento [...]. Tudo veio abaixo, e a Srta. Sasaki perdeu a consciência”.
Interessante. Parece que o parágrafo acima foi transcrito diretamente de um livro de histórias misteriosas, não é mesmo?
“Hiroshima” é a versão-livro da reportagem de mesmo nome, escrita pelo jornalista John Hersey e publicada em agosto de 1946, numa edição inteira da revista americana The New Yorker. A reportagem é uma narrativa, que conta, através de seis “personagens” – Toshiko Sasaki, funcionária da Fundição de Estanho do Leste da Ásia; Hatsuyo Nakamura, viúva de um alfaiate; Kiyoshi Tanimoto, reverendo; Terufumi Sasaki e Masakazu Fujii, médicos, e Wilhelm Kleinsorge, padre – como a bomba atômica destruiu Hiroshima e arruinou milhares de vidas. Só que palavras como “destruiu” e “arruinou” não são utilizadas no livro de forma julgamental nem sensacionalista. John Hersey foi, verdadeiramente, um artista cuidadoso com as palavras. O autor poderia, simplesmente, ter publicado as entrevistas na tradicional forma “pergunta e resposta”. Com certeza, as falas dos sobreviventes seriam comoventes por si só, mas não tanto quanto o modo como ele optou por utilizá-las.
A história é contada de forma única, coerente e incrivelmente artística, digna de um bom livro de ficção – e aí é que está a grande virada: o livro não conta ficção alguma. As descrições ali escritas foram resultado de entrevistas com sobreviventes da bomba atômica. Nada de fechar o livro, com horror, e pensar “Isso não existe” (como freqüentemente ocorria durante minha leitura das obras de Stephen King, o rei do pânico literário). As pessoas que John Hersey entrevistou e transformou em personagens são reais. Passaram pelas provações contadas no livro. As casas da redondeza realmente ardiam em chamas ao mesmo tempo em que “gotas do tamanho de uma bola de gude”, provenientes de uma mistura condensada de poeira, calor e fragmentos de fissão, caíam do céu, como o jornalista descreve. Com o virar das páginas, minhas sobrancelhas franziam ao ler a descrição de uma cena particularmente chocante. Depois de um ano de relatos científicos e biológicos sobre a explosão, a forma tocante e extremamente humana com que Hersey escreveu as 31.347 palavras que compõem sua reportagem certamente fez os americanos repensarem suas próprias estratégias de guerra.
Disponível nas livrarias e em sites para compra, é uma leitura que realmente vale a pena. Não só especificamente para jornalistas ou estudantes do curso, por se tratar de um exemplo de reportagem, mas para qualquer pessoa que acredite no lado humano de todas as situações e que se perceba olhando para o horizonte com olhos úmidos, se perguntando, de tempos em tempos, por que decisões tão destruidoras ainda são tomadas, se tanto corrompem a alma da humanidade.
Dever cumprido

Como é boa a sensação de dever cumprido, não é?

Aquele alívio momentâneo por ter terminado a tarefa e a felicidade que irrompe no peito quando alguém elogia o trabalho.

Hoje, depois de muito estresse, o Jornal Comunidade, um dos jornais onde trabalho, foi, finalmente, para a prensa. Acompanhamos o processo de pertinho, na Gráfica do Grupo Sinos, vendo aquelas folhas de papel jornal correndo e sendo cortadas e montadas pelas máquinas para que, no final, saia o impresso, todo bonitinho. É bom a gente poder olhar para uma coisa legal, encher o peito e dizer "Fui eu que fiz!".

Na última terça-feira, aliás, apresentamos a peça "O Encontro", no Festival de Esquetes de Novo Hamburgo. Eu cheguei em casa com um sorrisão no rosto e aquele sentimento de dever cumprido. O jornal onde trabalho é um dever, é um trabalho (que, aliás, eu amo de paixão!), mas o teatro é puro lazer. Pura opção. Não é dever, e, ainda assim aquela sensação estava lá. A sensação daquele trabalho bem feito, sabem?

Inicialmente, eu achava que não estávamos prontos. Mas foi demais. Tudo bem que, em uma certa hora, perdemos um pouco o ritmo da peça. Tudo bem que uma ou duas coisinhas que o John falou não deu pra entender. Tudo bem que a direção não foi perfeita. Tudo bem que a Bruninha falou meio baixo, às vezes. Tudo bem que eu esqueci o tapete e o Teilor não achou um patinho amarelo para ser o Pepe. Hoje, novamente, falei com um pessoal e eles elogiaram horrores. Mas sabem o que foi melhor do que ouvir os elogios dele? Ouvir o público rindo. Acho que foi isso que me deu a sensação de "dever cumprido", de fazer uma coisa bem feita e mais - arrancar risos do povo na última apresentação da primeira noite.
Valeu, povo!
Finais felizes

Minhas últimas postagens foram sobre filmes. Eu ia escrever sobre algo diferente, mas depois de rever o que escrevi sobre o Encantada, da Disney, após uma discussão acirrada sobre o filme durante a disciplina de Sociologia da Comunicação, foi impossível não querer compartilhar meus pensamentos sobre como os filmes da Disney não são tão direcionados ao público infantil quanto se imagina. Na realidade, com suas mensagens escondidas, Encantada poderia ser considerado bem adulto.

É quase impossível pensar em filmes mais clássicos e populares do que Cinderela, Branca de Neve e Bela Adormecida, mas a Walt Disney Pictures conseguiu produzir um filme ainda mais encantador... e muito mais recheado de mensagens subliminares. Encantada, lançado no ano passado, escrito por Bill Kelly e dirigido por Kevin Lima, conta a história de uma – adivinhem! – doce, linda e virgem princesinha chamada Giselle (Amy Adams), que sonhava – adivinhem novamente – em encontrar seu Príncipe Encantado, com o qual pudesse se casar e compartilhar o beijo do verdadeiro amor. Ela o encontrou. Ele se chamava Edward (James Marsden), e, a princípio, parecia ter um só defeito: uma cruel madrasta, que não queria perder o posto de rainha por nada nesse mundo.
Até agora, nenhuma novidade, mas é aí que entra uma das grandes “sacadas” do filme: a bruxa acaba enviando Giselle para um lugar terrível, onde as pessoas não são doces e agradáveis como os animais, amiguinhos da princesa. Onde casamentos duram pouco... Onde não existe o tal de “felizes para sempre”. A madrasta manda Giselle para o mundo real.
Inicialmente, o filme é, como a maioria das produções da Disney, um desenho. Mas, de repente, para a surpresa de todos (minha, inclusive), Giselle sai do bueiro – sim, um bueiro – que conecta o real e a fantasia, vestida de noiva, linda, ruiva... e em carne e osso.
A princesa, perdida, procurando o castelo de Edward, acaba sendo resgatada pelo advogado Robert (Patrick Dempsey), um homem de verdade – em todos os sentidos. Ele (meio a contragosto) e sua filha, Morgan, levam Giselle para seu apartamento para que ela possa se acalmar. A princípio, Robert simplesmente pensa que ela é louca. E quem pode culpá-lo? Uma mulher angelical, doce, que usa cortinas para costurar vestidos, que está sempre sorrindo, cantando e clamando que é uma princesa e que seu príncipe virá lhe buscar, em meio ao caos de Nova Iorque, só pode ser considerada insana.
Aos trancos e barrancos, Robert acaba acostumando-se ao jeito feliz de Giselle – o que, entretanto, não o impede de tentar explicar para a doce princesa como o mundo real funciona. Ela fica arrasada ao descobrir que casamentos não duram para sempre e chora ao presenciar a briga de um casal, cliente de Robert, que quer se divorciar. Mesmo assim, Giselle espalha alegria por onde passa, com sua cantoria digna de uma opereta e ajudando, inclusive, Robert a se reconciliar com sua namorada Nancy. Só que, aos trancos e barrancos, o coração de Robert vai amolecendo demais, e ele acaba – que surpresa! – se apaixonando por Giselle.
Agora... A parte mais interessante do filme não é a história em si, mas as mensagens subliminares e conceitos há muito estabelecidos, escondidos atrás de inocentes cenas. Para começar, o filme mostra como os estereótipos dos contos de fada não se encaixam exatamente no mundo real. O príncipe era lindo, robusto e corajoso, mas, ao se fazer a transferência para o mundo real, nota-se que ele era extremamente – não há outra palavra – burro e narcisista. Além disso, a relação entre Nancy, a namorada de Robert, decidida, moderna e fazendo jus ao conceito de mulher atual e a bruxa má certamente não foi coincidência. Além disso, Rainha Narissa, a bruxa má, era relativamente feia, sedutoramente manipuladora e poderosa, utilizando o que todas as mulheres também já usaram a seu favor – isto é, as que não seguem o padrão de mulher “boazinha, virgem e pura”. Esse conceito, aliás, Giselle representa muito bem durante o filme todo, tornando-se um tanto quanto irritante. Eu, pelo menos, sempre achei a bruxa má um personagem muito mais fascinante do que a princesinha inocente.
O filme mostra claramente a imagem de mulher pura, ingênua e indefesa, e a Igreja prega a virgindade, a castidade e a submissão da mulher ao homem. Longe de mim querer criticar a religião. Mas realmente, a idéia de perfeição e final feliz é um tanto quanto irreal e frustrante.
Entre pôsteres do sexual musical Chicago, atrás da figura do príncipe virgem, a maçã simbolizando Adão, Eva e o pecado, e a bruxa sempre aparecendo na água, que representa as emoções através das quais todas as mulheres podem ver, é possível afirmar que o filme é mais do que uma grande fantasia: é uma representação do real imaginário.
Por mais que o filme brinque com a idéia de que no mundo real não existe o felizes para sempre, ele ainda termina dessa maneira. Afinal, ainda é uma produção cinematográfica feita para... É. Crianças, né? No entanto, a história me pareceu mais direcionada a nós, jovens e adultos que passaram a infância escutando histórias como Bela Adormecida e Branca de Neve. É uma quebra de paradigmas atrás do outro e, ainda assim, o final é feliz e tudo parece dar certo, com Nancy, a mulher moderna que procurava por um Príncipe Encantado fugindo com o próprio para o mundo da fantasia e a princesa ingênua optando por permanecer no mundo real, com seu verdadeiro – e macho – amor. E todos viveram felizes para sempre...
Ou será que não?

THE END

Todas as matérias do sensacionalismo

Há umas duas semanas, assisti ao filme Todos os homens do presidente, para a cadeira de Texto Jornalístico, na faculdade. Me fez pensar o quanto o sensacionalismo está presente na imprensa atual. Nelson Traquina, no texto Quem Vigia o Quarto Poder, debate o modo como a mídia dá ênfase às notícias que possamos achar interessantes, não às matérias importantes para nossa formação cultural e ideológica. Comunicadores são, afinal, formadores de opinião. A responsabilidade é grande.
A partir de junho de 1972, Bob Woodward e Carl Bernstein, dois repórteres do jornal americano The Washington Post, procuraram indícios que conectassem a Casa Branca ao caso Watergate (um assalto à sede do Partido Democrata com tentativa de espionagem). E encontraram. Dois anos e muitas reportagens depois, o então presidente Robert Nixon renunciou ao cargo. Todos os homens do presidente (1976), dirigido por Alan J. Pakula, foi inspirado no livro de mesmo título, escrito pelos próprios repórteres cujo trabalho derrubou o 37º presidente dos Estados Unidos. O filme mostra como o determinado Woodward e o racional Bernstein suaram as camisetas listradas para publicar suas matérias. Vencedor de 4 Oscars e indicado a outros tantos, o filme é considerado uma aula de jornalismo. Todo profissional ou estudante deveria assisti-lo – mas com cuidado. Nelson Traquina referiu-se à trama como “Viagra Watergate”, e não foi à toa.
Existem várias questões que, hoje, não seriam abordadas da mesma maneira. Se uma investigação de tamanha importância política ocorresse, Bob e Carl possivelmente não se apresentariam como repórteres – seria perigoso, até. Fiquei surpresa, também, ao não ver representantes do Governo batendo na porta do Washington Post e oferecendo dinheiro para deixar tudo “em off”. Porém, ainda com certa diferença entre a década de 70 e hoje, o jornalismo exibido no filme faz jus a um dos conceitos descritos por Traquina, que é proteger os cidadãos do abuso de poder dos governantes. Aproxima-se muito do que a imprensa atual deveria estar fazendo. Deveria, mas o sensacionalismo é tentador. Aí vem a diferença que Traquina aponta entre o jornalismo como negócio e o jornalismo como serviço público.
Todos os homens do presidente mostra o trabalho de dois repórteres que foram muito felizes em expor a corrupção praticada pelo Governo. Só que, hoje, quem ganha espaço na mídia são os assuntos polêmicos, ao invés de temas importantes como o meio ambiente ou a educação.
Por isso, quando virem assuntos como o caso Isabella serem discutidos incansavelmente pela 97º vez, desliguem a televisão e o rádio, fechem o jornal e vão alugar Todos os homens do presidente. Se não cursam jornalismo, pelo menos assistirão a um exemplo de cinematografia que mostra que, depois de mais de 30 anos, as coisas sérias e dignas de matéria de capa ainda acontecem por debaixo dos panos.


Divinamente inteligente
Aí embaixo vai uma resenha que escrevi, semestre passado, para a disciplina de Português I. Um dos melhores filmes que já vi.



Divinamente inteligente


Religião é um assunto sério e polêmico, deixando, normalmente, pouco espaço para risadas. Contudo, risos é o que o filme “Todo-poderoso” (Buena Vista, 2003) mais provoca.
Com um elenco impecável, desde o aparentemente simples mendigo que faz aparições durante todo o filme expondo mensagens bíblicas até o personagem principal e os seus colegas jornalistas, o longa brinca com a religião, envolvendo trechos da Bíblia, jargões, muitas preces, metáforas e, ainda assim, dá uma série de lições de moral, usando um senso de humor arrebatador.
O talentoso Jim Carrey (“Ace Ventura” e “Número 23”) interpreta Bruce Nolan, repórter televisivo que se sente descontente e frustrado com praticamente tudo em sua vida, ainda que haja muito amor em sua relação com sua namorada Grace (Jennifer Aniston – “Friends”). Após passar por diversas situações que usualmente deixam-nos de cabelos em pé (ele é, até mesmo, demitido), Bruce cansa-se do aparente “pega no pé” celestial e passa a ridicularizar e a criticar Deus. Para sua surpresa, entretanto, ele acaba sendo bipado pelo próprio Criador que, em sua forma humana (Morgan Freeman – “Menina de Ouro”), o oferece um único trabalho: o Seu.
Deixando toda a área de Buffalo sob a responsabilidade de Bruce, Ele cede seus poderes ao repórter por uma semana. Ao invés de procurar ouvir as preces dos cidadãos e tomar conta da cidade, no entanto, Bruce passa a tentar resolver sua vida. Tira proveito de seus recém-adquiridos poderes para realizar seus desejos e punir seus rivais. Consegue o cargo de âncora do noticiário televisivo aonde trabalhava; faz o seu antes não-treinado cachorrinho fazer suas necessidades em uma privada (lendo jornal); transforma seu antigo carro em uma Ferrari e tenta fazer com que sua namorada o perdoe após uma feia briga, tentando (e não conseguindo) interferir no livre-arbítrio. O resultado: o Equilíbrio é prejudicado e cidade e o mundo viram um absoluto caos.
Deliciosamente hilário, o filme causou polêmica entre alguns padres e autores religiosos, como Samuel Costa, que censurou profundamente o fato do filme “ridicularizar o que não deve ser objeto de brincadeira”. Em minha modesta opinião, contudo, essa foi a grande sacada dos produtores, afinal, o longa foi direcionado para um determinado público-alvo. Não é à toa que ele foi sucesso de bilheteria num mundo, em sua maioria, Cristão.
Embora possa parecer debochado pelas piadas, a película cinematográfica passa a mensagem inegavelmente cristã de que ser Deus é uma tarefa com a qual o ser humano não está apto a lidar, e a qual ele não deve, de forma alguma, ambicionar, mas sim deixar o mundo nas mãos Daquele Que Tudo Pode. Após um início endiabrado, o filme, que ainda possui um sutil tom de drama muito bem interpretado por Carrey, Aniston e Freeman, começa a passar mensagens beatificadas, como “A vida é justa”, “Quer um milagre? Seja o milagre" e a súplica de Bruce, quando ele parece cair em si, após a briga com Grace: “Por favor, eu não quero mais fazer isso,
não quero mais ser Deus! Quero que Você decida o que é melhor para mim! Eu me rendo à Sua vontade!”.
Com um roteiro sublime e uma história divinamente inteligente e bem entrelaçada, “Todo-Poderoso” não só faz a barriga doer de rir como nos traz diversas mensagens dignas de reflexão, inclusive sobre nosso próprio papel na Terra e se devemos conformar-nos com ele ou não. Talvez venhamos a descobrir coisas diferentes do que imaginávamos, como Bruce, que saiu procurando por Deus e acabou encontrando a si mesmo.
Acredito que todos podemos, em alguma parte do filme, nos identificar com o sarcástico repórter. Certamente, em alguma parte de nossas vidas, já passamos por situações que nos causaram um sentimento tão grande de injustiça que nos fez querer cair de joelhos, levantar as mãos para o céu e clamar por piedade. No apagar das luzes, entretanto, talvez venhamos a descobrir que culpar Deus ou qualquer outra força maior por tudo que dá de errado em nossas vidas não é a solução para nossos problemas, e que temos mais controle sobre nossa própria existência do que imaginamos.
Momentos
Durante meu intervalo, hoje, conversávamos sobre coisas que gostaríamos de fazer, ou que desejaríamos que acontecessem. Surgiu, então, uma profunda discussão sobre momentos adequados para as coisas acontecerem.
Quando queremos muito uma coisa e acabamos por consegui-la rápido demais, é comum acabarmos não nos sentindo tão satisfeitos quanto achamos que ficaríamos. Por isso, é importante dar tempo ao tempo - pelo menos foi a essa conclusão que chegamos, depois de passar metade to intervalo jogando tênis digital no Laboratório de Games e de comer uma coxinha de frango do Bar do Tiririca.
Às vezes, as coisas não acontecem quando queremos por uma razão, talvez porque não estejamos prontos ou simplesmente porque não era o momento. Mas quando tudo de fato acontece, normalmente nos pega de surpresa - e aí que está toda a graça da vida. Já imaginaram viver sabendo exatamente o que vai acontecer amanhã? Não seria nada agradável, seria? Existiríamos, talvez, em função de tal conhecimento e esqueceríamos de VIVER.
Profundo, não? Deve ser o cansaço do dia ajudando na construção de pensamentos filosóficos.
Vou filosofar na minha cama. Já é 00:32.
Voz na Web
Já é passada da uma e meia e eu finalmente consegui postar alguma coisa. Negócio complicado, esse, de blog. Tentei mudar o template umas três vezes, mas essa beca toda de HTML e XML é bicho brabo. Mas vamos vivendo e aprendendo, né? Com o tempo eu vou colocar um que me agrade mais do que esse clássico brancão ali em cima.
Então. "Seu blog é sua voz na Web". Pelo menos foi o que disse o pessoal do Blogspot logo ali atrás, quando me cadastrei. Pois bem... eu gostaria de ter a minha voz na Web (não literalmente, pois estou com uma gripe do capeta e ninguém agüenta me escutar fanha), então decidi fazer um blog.
Vai ser um exercício para mim. Muita gente diz que o blog é uma espécie de diário virtual, mas eu prefiro não pensar assim. Nunca consegui completar um diário. Nem tive paciência para escrever todo o dia na agenda. Eu também nunca terminei uma borracha... mas acho que isso já aconteceu com todo mundo.
Então tá. Vamos começar pelo começo: meu nome é Raquel Reckziegel (é, complicado assim, ninguém nunca acerta), tenho 18 anos, adoro Post-Its e sou apaixonada por Jornalismo, tanto é que escolhi para meu curso de graduação. Trabalho em dois jornais da Instituição aonde estudo. Alguns dias, corro de lá para cá fazendo entrevistas, tirando fotos, e batendo um papo com o pessoal. Outros, fico sentada na frente do computador terminando matérias e olhando os e-mails... e, agora, atualizando o blog, pelo jeito. O link é esse aí mesmo que vocês vêem na barrinha de endereços ali em cima. Me bati para escolher um. O Google ajudou, e soou jornalístico! E o título do blog... bem, eu sempre fui a favor de ir além e ler o que está nas entrelinhas.
Como eu adoro escrever, fiz esse blog mais para colocar meus pensamentos para fora. Mas se o pessoal quiser comentar, sintam-se livres. "Mi blog es su blog".
Bom, acho que, por enquanto, era isso.

Um abração!

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