...Cuidado com o lixo...

Finalmente, quase um ano depois do lançamento do filme, sentei no sofá (com um balde de pipocas, é claro), e assisti a WALL-E.
A primeira coisa que me veio à cabeça é que o filme é um chute na bunda dos seres humanos. Reúne absolutamente tudo de ruim que viemos fazendo à humanidade em apenas 98 minutos. E, ainda que o filme seja direcionado a humanos, o protagonista é o simpático robô WALL-E - que, em muitos aspectos, mostra-se mais humano do que nós.
Na trama, depois que o planeta é praticamente soterrado por todo o lixo que a humanidade produziu, a BNL, empresa que comanda o mundo, envia todos os seres vivos a AXIOM, uma estação espacial completamente automatizada, onde aspectos como andar e relacionar-se humanamente são desnecessários. Vemos pessoas obesas sentadas em confortáveis cadeiras automáticas, que as levam para onde elas querem ir, comendo; as diretrizes de ensino básico como ler e escrever são baseadas nas iniciais da mega-empresa responsável pela construção da estação espacial; anúncios que, imediatamente, fazem as pessoas seguirem as tendências expostas, caracterizando uma verdadeira lavagem cerebral.
O intuito era passar apenas 5 anos na nave, enquanto a Terra fosse limpa por máquinas (chamadas de WALL-E) e o planeta se tornasse habitável novamente. Só que todos os robôs acabaram sendo "derrotados" pela quantidade absurda de lixo e pararam de funcionar... com a exceção de um, que permanece no planeta por 700 anos, trabalhando sozinho.
Durante esse tempo, ele desenvolve interesse pela cultura humana, personalidade e sentimentos, quando conhece EVA, uma nova espécie de robô enviada à Terra para procurar exemplares de vegetais vivos (o que significaria que a vida seria possível novamente).
De todos os filmes da Pixar que já assisti, esse é, definitivamente, o melhor. O filme nos faz ter certeza das emoções sentidas pelos robôs (que vão de amor até a frustração e a raiva) e mostra que, no final das contas, o que realmente importa são valores como o amor, a amizade, o companheirismo e a determinação. Porque o resto... o resto é lixo.
...Sentimento que faz amar
Talvez esse post não faça sentido para quem não é do Rio Grande do Sul, mas, ainda assim, quem gosta de futebol talvez encontre algum sentimento a que se relacionar. Precisei fazê-lo pois, atualmente, me encontro em um estado de extrema frustração em relação ao meu time.
Sou gremista. Desde pequenininha. Desde que vi aquela camiseta azul celeste. Acho que com todos os torcedores, de todos os times, é assim. Não tem como explicar. É tesão, é amor. Bateu o olho, apaixonou. E dói quando a gente perde. Aaaaah, se dói.
O Grêmio vem passando por uma fase ruim. Ah, sim, está na Libertadores da América, líder de sua chave. Sim, estava disputando o Gauchão (até hoje, quando perdeu de 2x1 para o seu maior rival, o Internacional, clube que, ontem, comemorou 100 anos de existência e estava com a bola toda - literalmente). Mas tem alguma coisa que simplesmente não está certa. Tentativas de gol frustradas (a bola parece se recusar a entrar!), um técnico carrancudo, que chega a despertar a ironia da torcida adversária... mas o furo é mais embaixo. O problema é interno, e vem lá de cima, da diretoria.
É bom que estejamos na Libertadores. Só que, na minha concepção, para ganhar, devemos merecer. E, atualmente, quem está não é a diretoria, nem o técnico, mas os jogadores. Só que tem mais alguém que precisa de uma vitória merecida, alguém que o Grêmio parece estar esquecendo: os torcedores.
A torcida do Grêmio é uma das maiores e mais animadas do país. É algo indescritível, o amor que a gente sente pelo time. O Grêmio ganha, perde, empata, e estamos lá. Só que, ultimamente o clube não vem se relacionando com os torcedores como deveria.
Precisei ir para o centro, ontem e hoje à tarde, antes do Gre-Nal (o maior clássico do Rio Grande do Sul). Temi ver uma maré vermelha, afinal, o clube estava de aniversário, ontem, tinha tudo para comemorar. Mas o que vi foram dezenas de pessoas vestindo a camiseta azul-celeste. Homens, mulheres, jovens e crianças, todos unidos por um mesmo propósito: o amor ao time.
E perdemos hoje, novamente. O oitavo clássico consecutivo sem vitória.
É claro que não vamos parar de torcer, mas espero de coração que os dirigentes do Grêmio planejem melhor o relacionamento com a torcida. E que ajeitem seus problemas para que isso não se reflita no desempenho do time.
Porque dar e não receber nada em troca... chega uma hora que cansa.