Brasil, 2016?!
É. O Brasil está querendo sediar as Olimpíadas de 2016.
A princípio, pensei "Bah, mas que interessante seria para o país sediar um acontecimento dessa magnitude".
Interessante... será?
Será que somos uma nação "poderosa" o suficiente para hospedar um evento que exige um desenvolvimento econômico, político e social?
Será que podemos nos dar ao luxo de gastar tanto dinheiro para sediar um evento esportivo se o esporte, no país, não é incentivado como deveria? Não faz sentido algum, faz?
Se o dinheiro investido desse retorno nos anos que se seguissem, até seria de se pensar. Mas não dará. E por quê? Porque o Brasil não tem um planejamento econômico nem estratégico voltado exatamente para o lucro da nação, e sim para o lucro de poucos.
E ficamos pensando "Que raiva, os americanos ganharam de novo" e "Que raiva, podíamos ter ganho o ouro". A performance do Brasil, nas Olimpíadas, foi boa, mas não espetacular. O descontrole emocional, falta de concentração e a pressão psicológica a que os atletas são submetidos são apenas "conseqüências do modo como nosso país é governado". O desempenho dos países está diretamente ligado aos seus problemas, sucessos e insucessos.
Por isso, peguem os bilhões que seriam tirados dos cofres públicos para sediar a Olimpíada de 2016 e invistam em educação, saúde e cultura, que é o que o nosso país está precisando. Talvez, daqui a vários anos, possamos sediar uma Olimpíada e dizer: "somos um país de Ouro".
Correria marca o segundo dia de cobertura do Festival de Gramado
(**Matéria escrita às 15h32min)

(Acompanhe a nossa cobertura do Festival, AQUI !)


Quando saímos do Campus II, pela manhã, não fazíamos idéia do dia cansativo que nos esperava. A divisão de tarefas foi clara: nós, da imprensa, cuidaríamos da cobertura do Festival e dos bastidores, e o restante ficaria no estande, atendendo quem passasse por ali.
A Feevale, como todos os anos, marcou presença no Gramado Cine Vídeo, com um estande pra lá de moderno. Enquanto alguns ficariam responsáveis pelo atendimento, tanto do estande em si quanto do game que foi especialmente desenvolvido para a ocasião, pelos alunos de jogos digitais. Outros iriam vestir caracterizando personagens de determinados filmes. Teve até distribuição de pipoca.
Mal havíamos chegado ao Centro de Eventos da FAURGS, onde os estandes ficam localizados, deixamos a equipe responsável pelo atendimento organizando o estande e já corremos para pegar os crachás e cobrir uma coletiva da Mostra Marrocos. A chuva ecoava no teto do Centro de Eventos, o que nos fazia ter de prestar ainda mais atenção na coletiva, que foi dada em um rápido Francês (ainda bem que havia uma tradutora).
Em seguida, nós, da imprensa, resolvemos dar uma volta pelos estandes, e acabamos encontrando uma espécie de lancheria, aonde vimos uma parte do nosso pessoal sendo maquiado para vestirem as fantasias - que, aliás, foram produzidas pelo Centro de Design da Feevale.
Voltando para o estande, dei de cara com o Rapper DoGG, rapper (como o nome já diz), e, também, diretor do filme A Maldição da Pedra, que será exibido sexta-feira, no Gramado Cine Vídeo, e Vítimas do Crack, que foi exibido hoje, às 10h55min e retrata a depredação da juventude em relação à droga. "Nenhum jornalista conseguiu captar as imagens que eu captei", afirmou o rapper, por conhecer o mundo do crack e saber se relacionar com os jovens que o consomem.
Após darmos uma examinada no estande para ver como iam as coisas, seguimos para o debate dos longas Por sus proprios ojos (que foi em espanhol e não tinha tradução) e Vingança - que, aliás, pode ser considerado um thriller psicológico, segundo o diretor Paulo Pons. O longa causou um pouco de polêmica devido à forma como o indivíduo rio-grandense foi retratado. "O filme mostra a carga de honra peculiar do gaúcho", afirmou o diretor. O público, que incluía jornalistas e estudantes de cinema das mais variadas partes do país, questionou a equipe representante sobre o modo como o jeito "faca na bota" de ser foi retratado. "É, inicialmente, a idéia era que a faca ficasse na bota do personagem, mas depois pensamos melhor", brincou Paulo. Em meio a risadas do público, o diretor deixou claro que queria retratar um gaúcho caricato, e pediu desculpas aos espectadores rio-grandenses que pudessem ter se sentido ofendidos.
Depois de muitos papos com diretores de arte, diretores de fotografia e os atores, saímos do debate e viemos correndo escrever as matérias na sala de imprensa do Centro de Eventos - afinal, os computadores não são muitos! Agora, após uma breve pausa digitando, vamos voltar a correr, pois às 16h haverá uma coletiva do filme Netto e o Domador de Cavalos. Tomara que Werner Schünemann e Tarcísio Filho estejam lá...
P.S. Esqueci de mencionar que aqui em Gramado está frio. Muito frio.